O encontro com minhas sombras

Karí Váss

5/21/20244 min read

rule of thirds photography of pink and white lotus flower floating on body of water
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APRESENTAÇÃO FLOR.E.SER.MULHER


Namaste!
Meu nome é Karine Durga e eu sempre quis ser mãe!
Todas as vezes que suspeitei de uma gravidez e o teste dava negativo eu ficava triste.
Pra mim pouco importava quem seria o pai, eu só pensava em mim mesma e no meu desejo de sentir o amor de mãe.
Eu tinha como referência a minha mãe que me criou praticamente sozinha durante minha primeira infância, eu via nela uma mulher que se bastava e não precisava de homem pra nada. Então, eu tinha a idéia de que a figura do pai não era tão importante e assim decretei na minha adolescência que faria uma "produção independente".
O tempo passou e aos 32 anos engravidei de um cara que eu achava mto legal, um amor, mas nós não estávamos em um relacionamento, morávamos em cidades diferentes e eu tinha claramente na minha cabeça de que uma criança não une um casal. Mas no coração, lá no fundo mesmo eu queria sim a família que eu não tive, aquela família do comercial de tv.

Como eu não estava em um relacionamento afetivo com o pai eu já considerava que era uma produção independentee bora lá criar essa criança sozinha, esse era o meu pensamento.
No meio dessa gestação ele me contou que estava se relacionando com outra mulher e aquilo me dilacerou. O sentimento de abandono, solidão e rejeição veio com tudo.
Eu que achava que não ter conhecido o meu pai biológico era uma benção, se tornou a causa de todo aquele sentimento que eu estava sentindo e que nunca havia acessado antes.

Foi daí que iniciei minha busca por me curar, a razão primordial de buscar a cura das minhas mazelas foi pra não transmitir isso pro bebe que eu estava esperando, que eu pudesse liberar aquela criança. Então fui pra uma comunidade no sul da Bahia e lá fiquei por 1 mês, fiz um curso de leitura de aura que me abriu a visão e também uma sessão de terapia do renascimento, nesta sessão a terapeuta me recomendou a constelação familiar e me indicou para uma mulher fantástica em SP.

Inicialmente eu frequentava às sessões de constelação apenas como espectadora e comecei a sentir que isso estava movimentando tbm o meu campo. Então decidi constelar a minha relação com o meu pai, depois constelei a relação com o pai da minha filha, e desde então não parei de constelar pq percebi que apesar de não sabermos temos sim muita memória nas nossas células pra serem acessadas, ressignificavas e curadas.
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Eu pratico yoga desde os 16 anos e eu havia acabado de retornar de uma jornada de 2 meses pela Índia quando engravidei. Estava no meio de uma segunda formação como instrutora de yoga. Também me dedicava a outras praticas como Yoga Massagem Ayurvédica, acroyoga, poledance, dança contemporânea... Eu considerava que estava no auge em todos os aspectos, viajando muito, trabalhando no que eu amava, me sentindo útil, estava plena e feliz.

E daí, engravidei, sem planejar, sem estrutura familiar, sem me sentir preparada e não imagivana o que estava por vir.
Uma coisa é desejar ser mãe e ter isso no campo da imaginação, outra coisa é se deparar com essa realidade e saber que não teria mais volta.
Então eu senti de pausar todas as atividades que eu desempenhava como instrutora, parei de dar aulas de pole que era minha paixão, parei com a dança, continuei apenas com o yoga para gestantes, era a única coisa que desacelerava a minha mente que tinha tantas indagações, dúvidas, anseios. Era uma forma também de me conectar com o bebe que estava dentro de mim, de transmitir alguma calma e criar uma paz interna.
Bom, eu ganhei 30 kilos, no final da gestação eu pesava 90 kilos, fiquei gigantesca como jamais imaginei. Que saudade eu sentia do meu corpo antes da gestação e o tempo todo me perguntava: Será que algum dia eu vou ter o corpo de antes, a vida de antes?? Que saudade eu tinha da minha vida. Eu sentia que estava morrendo, que nunca mais seria a mesma, que minha vida acabou e me culpava por todos esses sentimentos porque afinal de contas ser mãe era tudo o que eu sempre quis. De repente vontade de sentir o amor de mãe não era maior do que a necessidade que eu sentia de resgatar a mim mesma.
Quem era eu? O que vai ser de mim?
Eu que sempre fui livre, viajante, mochileira, aventureira que achava que a vida era leve me deparava com uma realidade completamente diferente da noite pro dia.
Agora as minhas decisões tinham um peso muito maior, onde eu vou morar com essa criança? Onde eu vou ser feliz? E o pai? E a família? Nossa! Quem esteve ao meu lado e me tolerou durante a gestação merece um troféu, por que não foi fácil. Era muita tristeza misturada com gratidão, sentimento de abandono e sentimento de acolhimento por quem estava por perto.
Os hormônios me deixavam louca e fora da casinha completamente.
Foi nesse período que eu entendi o que é YOGA.
O Yoga me salvou!